Skip to main content

O que é Ferritina?

Ferritina é uma macromolécula presente em todas as nossas células e em grande parte do organismo, como fígado, baço, medula óssea, etc. Sua função é acumular ferro dentro da célula para protege-las dos efeitos tóxicos desse metal livre.
Dentro da ferritina podem existir até 4 mil átomos de ferro, o que representa quase 25% de todo o ferro encontrado no corpo. É como se a ferritina fosse uma caixa d’água e o ferro a água. A caixa com pouca água (ferritina baixa) indica que logo vai faltar água na torneira (anemia por falta de ferro), se algo não for feito.

O que significa Ferritina Alta?

Se alta, nem sempre podemos afirmar que os níveis de ferro do organismo também estão altos. Na verdade, a minoria dos casos de ferritina elevada está relacionada ao aumento de ferro no organismo.
A absorção de ferro pelo tubo digestivo se dá sob demanda, e somente quando nosso organismo carece de ferro que há uma sinalização e absorção desse metal. Por isso, mesmo que uma pessoa se alimente com grandes quantidades de alimentos ricos em ferro, dificilmente o organismo absorverá quantidades excessivas a ponto de elevar os níveis de ferritina a valores patológicos.
Se há um aumento real da absorção de Ferro e consequentemente ferritina alta, usualmente há defeitos neste sistema de sinalização por questões genéticas e hereditárias. E então, somente e estritamente nestes casos, parte do tratamento é feito com a retirada de sangue, as ditas sangrias terapêuticas ou flebectomias, por isso, muitos pacientes que fazem esse procedimento logo depois retomam os altos níveis de ferritina.
A maioria dos casos de ferritina alta, na verdade, são pacientes com:

  • Alterações inflamatórias ou metabólicas
  • Doenças hepáticas
  • Síndrome metabólica
  • Diabetes
  • Artrites
  • Doenças infecciosas

E, nestes casos, a ferritina funciona como um marcador inflamatório e não excesso de ferro no organismo. É o caso também da COVID-19, quando o corpo é contaminado e reage com uma grande inflamação sistêmica.

O que significa Ferritina baixa?

No caso de baixos níveis de ferritina podemos inferir que os estoques de ferro do organismo estejam baixos ou insuficientes. Isso pode acontecer porque se perde muito (sangramentos), se ingere pouco (veganos estritos) ou ingere mas não há absorção (erro alimentar)
Assim, mais que repor ferro, é imprescindível identificar e corrigir a causa, que podem ser algumas dessas:

  • Excessivo fluxo menstrual;
  • Úlceras gástricas;
  • Câncer e tumores, principalmente do trato gastrintestinal;
  • Doença hemorroidária;
  • Distúrbios e carências alimentares;
  • Excesso de alimentos ricos em fatores antinutricionais ou que competem com ferro para absorção.

Quando o exame de Ferritina é solicitado?

O exame de ferritina é solicitado quando há sintomas que geram suspeita de anemia, estoque baixo de ferro e grandes inflamações sistêmicas.

Como o exame de Ferritina é feito?

O exame é feito através de uma coleta de sangue com solicitação de dosagem de ferritina no organismo do paciente. Este exame costuma ser acompanhado de outros exames de sangue que complementam essa avaliação, como hemograma completo, ferro, transferrina, Vitamina B12, entre outros.


Braunstein , E. (2020). Anemia por falta de hierro. Johns Hopkins School of Medicine.
Knovich MA, Storey JA, Coffman LG, Torti SV, Torti FM. Ferritin for the clinician. Blood Rev. 2009 May;23(3):95-104.
Dunn LL, Rahmanto YS, Richardson DR. Iron uptake and metabolism in the new millennium. Trends Cell Biol. 2007;17(2):93-100
Oates PS. The role of hepcidin and ferroportin in iron absorption. Histol Histopathol. 2007;22(7):791-804.
Lin Z, Long F, Yang Y, Chen X, Xu L, Yang M. Serum ferritin as an independent risk factor for severity in COVID-19 patients. J Infect. 2020;81(4):647-79. doi: 10.1016/j.jinf.2020.06.053
JUSTI, A.; TATSCH, P.; SIQUEIRA, L. O. Ferritina: biomarcador de doenças cardiovasculares em pacientes diabéticos. ABCS Health sci, Santo André, v. 44, n. 1, p. 34-39. maio 2019.

Como prevenir pedras nos rins?

As pedras nos rins, ou tecnicamente cálculos renais, são pedras que se formam dentro dos rins e na tentativa de sair deles, podem gerar cólicas e doer. Muito! São mais comuns em homens (a proporção é de a cada 2 homens, 1 mulher tem) e uma notícia pra você que já teve crise se cuidar ainda mais: a 50% dos pacientes que tiveram uma crise, terão outra em 5 a 10 anos se não fizerem nenhum tipo de tratamento.

Por que tive Cálculo Renal?

A formação dos cálculos urinárias tem causa multifatorial e complexa. Os motivos mais comuns são: desordens metabólicas, infecções urinárias, anormalidades anatômicas, pH e volume que você urina e ainda, a dieta.
Os principais fatores de risco conhecidos são:

  • Questões dietéticas (baixa ingestão de líquidos, dieta pobre em cálcio, rica em proteína animal e sódio)
  • História pessoa ou familiar de nefrolitíase;
  • Infecção urinária de repetição;
  • Uso de medicamentos (Aciclovir, Sulfadiazina e indinavir);
  • Hipertensão, diabetes e obesidade;
  • Alterações urinárias por desordens intestinais (como intestino irritável), renais (como acidose tubular);
  • Alterações anatômicas como rins em ferradura e divertículos renais;

Quais sei se é Pedra nos Rins?

Procure seu médico. Ele deve te pedir exames de sangue, urina e imagem (Radiografia ou Ultrassonografia, em alguns casos Tomografia Computadorizada).

O que posso sentir?

Uma cólica de moderada a grande intensidade e urina com sangue, dor abdominal, náusea, alteração na força e velocidade do jato urinário, dor no pênis ou testículo. Dor nas costas dependendo de onde a pedra estiver tentando sair. Febre e prostração em casos mais graves. E pode também não sentir nada, se for uma pedra pequena, usualmente menor de 4mm e o sangue na urina fica microscópico.

Estou com uma Pedra no Rim, o que faço?

Podem existir pedras grandes que nunca incomodem, dependem do formato e onde estão paradas. Pedras pequenas não infectadas e que não obstruam a saída de urina (até 4mm) podem sair sozinhas sem você sentir. Se maiores que 4mm é mais comum sentir algum desconforto quando tentam se deslocar; se este for o seu caso, seu médico vai te dar uma receita e instruções para que você faça até falar com ele ou buscar uma unidade de emergência.

E depois que a Pedra saiu na urina, o que fazer?

Quando ir para o hospital?

A internação no hospital pode ser indicada se:
Vermelhidão afetando grandes áreas do corpo e de aparecimento repentino;
Incapacidade de ingerir medicamentos pela boca ou fazer as medicações venosas em casa;
Sintomas que indicam maior gravidade, como febre, pressão baixa ou confusão mental;
Sinais de necrose, como escurecimento da pele e perda da sensibilidade;
Histórico de outras doenças, como insuficiência cardíaca ou renal, doenças que afetam a imunidade e diabetes, principalmente se descompensadas;
Erisipela que não melhora apesar do tratamento adequado.


Goroll AH, Mulley Jr AG. Primary Care Medicine: office evaluation and management of the adult patient.7th ed. Wolters Kluwer Health; 2014.
DUNCAN, B. B.; SCHMIDT, M. I.; GIUGLIANI, E. R. J.; DUNCAN, M. S.; GIUGLIANI, C. Medicina Ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
GUSSO, G.; LOPES, J. M. C. (Org.). Tratado de Medicina de Família e Comunidade. Porto Alegre: Artmed, 2012.
CURHAN, G. C.; ARONSON, M. D.; PREMINGER, G. M. Diagnosis and acute management of suspected nephrolithiasis in adults. Waltham (MA): UpToDate, 2014. Disponível em: . Acesso em: 11 jun. 2014.
PREMINGER, G. M.; CURHAN, G. C. Evaluation of the adult patient with established nephrolithiasis and treatment if stone composition is unknown. Waltham (MA): UpToDate, 2015. Disponível em: . Acesso: em 23 abril 2015. CURHAN, G. C. Prevention of recurrent calcium stones in adults. Waltham (MA): UpToDate, 2014. Disponível em: . Acesso: em 11 jun. 2014.

O que é Erisipela?

A erisipela é uma infecção na camada mais superficial da pele causada por bactérias, sendo mais frequente em pessoas acima de 50 anos, doenças de pele, obesidade e/ou diabetes não controlada.

Por que tive Erisipela?

Bactérias que normalmente colonizam o corpo, como Streptcoccus pyogenes, também conhecida como Estreptococo beta-hemolítico do grupo A, estreptococos do grupo B, ou Staphylococcus aureus, por exemplo, podem penetrar na pele ou nas mucosas através de alguma lesão ou ferida principalmente em pernas, rosto ou braços, causando a infecção. São alguns fatores de risco então:
Feridas e escaras na pele de qualquer natureza (Ex:. picada de inseto, mordidas e arranhões, feridas cirúrgicas, úlceras venosas, fístula arteriovenosa);
Doenças de pele (Eczema, Impetigo, Psoríase, fungo nas unhas e pele);
Doenças sistêmicas (Obesidade, Diabetes, Obstrução ou insuficiência linfática, Insuficiência venosa);
Uso de drogas aplicadas diretamente na veia;

Quais são os sintomas?

48 horas antes de aparecerem as lesões na pele, o paciente pode apresentar febre alta, calafrios, mal-estar geral, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Na pele, os sinais mais comuns são:
Pele inchada e brilhante;
Lesões em placas vermelho vivo;
Manchas vermelhas grandes com bordas elevadas e irregulares ou em placas;
Sensação de queimação e Bolhas na região afetada;
Aumento da sensibilidade e temperatura em torno da lesão;
Coceira no local afetado;
Escurecimento da região afetada, nos casos mais graves.
Se a lesão não for tratada rapidamente pode acontecer acúmulo de pus, bolhas e necrose da pele ou infecção generalizada, o que indica gravidade e risco de morte.

A Erisipela é contagiosa?

A erisipela não é contagiosa. Mas, quando não tratada adequadamente, a bactéria pode ser transmitida para outras pessoas através do contato direto com a ferida, ou roupas ou objetos contaminados. Por isso se for auxiliar alguém com erisipela, é prudente utilizar máscara, luvas e óculos para evitar contaminação.

Como é feito o diagnóstico de Erisipela?

O diagnóstico da erisipela é feito em consulta médica, não há exames específicos. Serão avaliados sintomas, antecedentes pessoais e familiares de saúde, infecções, traumas e cirurgias. E ainda, através do exame físico será analisada presença de rachaduras, feridas e outras lesões na pele.
Se há suspeita de infecção generalizada, serão solicitados exames de sangue e imagem para identificar a bactéria, a extensão da doença e como está a resposta global do corpo do paciente.
Em poucos casos pode-se solicitar também biópsia de pele para identificar a bactéria e descartar outras condições com sintomas semelhantes, como artrite séptica, fascíte necrosante, angioedema ou trombose.

Como tratar a Erisipela?

Iniciando rapidamente a avaliação médica e tratamento, pois a forma crônica é mais difícil de tratar. Serão utilizados a depender do paciente, medicações sintomáticas (para dor e febre) e antibiótico via comprimido, injeção ou cremes. Alguns cuidados são imprescindíveis durante o tratamento da erisipela:
Repousar e manter-se bem hidratado, bebendo bastante líquido;
Manter o membro afetado elevado, caso a doença surja nas pernas ou nos braços, o que facilita o retorno venoso e diminui o inchaço;
Tomar os remédios nos horários corretos sem interrupções, exatamente como orientado pelo médico;
Evitar tomar remédios por conta própria, sem indicação médica;
Evitar colocar na região pomadas caseiras ou outras substâncias não indicadas pelo médico, pois podem atrapalhar o tratamento e até piorar a lesão;
Utilizar um hidratante na pele, indicado pelo médico;
Manter a pele limpa e seca, lavando água e sabonete indicado pelo médico, e secando bem com uma toalha limpa e macia;
Usar meias de compressão indicadas pelo médico, após o término do tratamento.
No caso de ter feridas abertas na pele, é importante fazer a limpeza adequada, utilizando uma solução de soro fisiológico à 0,9%, pois ajuda a remover o líquido liberado pela ferida e o tecido morto.

Quando ir para o hospital?

A internação no hospital pode ser indicada se:
Vermelhidão afetando grandes áreas do corpo e de aparecimento repentino;
Incapacidade de ingerir medicamentos pela boca ou fazer as medicações venosas em casa;
Sintomas que indicam maior gravidade, como febre, pressão baixa ou confusão mental;
Sinais de necrose, como escurecimento da pele e perda da sensibilidade;
Histórico de outras doenças, como insuficiência cardíaca ou renal, doenças que afetam a imunidade e diabetes, principalmente se descompensadas;
Erisipela que não melhora apesar do tratamento adequado.

Quais são as complicações?

Algumas complicações podem aparecer:
Formação de abscesso na pele, Tromboflebite, Linfedema, Elefantíase;
Púrpura hemorrágica;
Infecções nos ossos ou articulações; Gangrena;
Pneumonia; Meningite; Infecções em válvulas cardíacas ou generalizada;

Posso precisar de cirurgia?

A cirurgia para erisipela é indicada se há formação de um abscesso, uma cavidade na pele contendo pus. Além disso, a cirurgia também pode ser necessária nos casos em que a erisipela causa necrose da pele para remover os tecidos mortos.

Como prevenir a Erisipela?

A erisipela pode acontecer em qualquer pessoa, no entanto, é mais comum em pessoas com o sistema imune enfraquecido ou com má circulação.
Assim, a melhor forma de evitar o desenvolvimento da doença é tratar corretamente os ferimentos na pele e mantê-los protegidos, para que não possam ser infectados.
É importante perder peso em caso de obesidade e tratar doenças que afetam a pele como micoses em unhas, pés e pele ou causam inchaço dos membros, como insuficiência cardíaca ou venosa.
Em alguns casos, pode se indicar o uso de antibióticos para prevenir novas infecções.


BRINDLE, Richard J; O’Neill, Louise A; WILLIAMS, O. M. Risk, Prevention, Diagnosis, and Management of Cellulitis and Erysipelas. Current Dermatology Reports. Vol.9. 73–82, 2020
CLEBAK, Karl; MALONE, Michael A. Skin Infections. Prim Care. Vol.45, n.3. 433-454, 2018
DALAL, Adam et al. Interventions for the prevention of recurrent erysipelas and cellulitis. Cochrane Database Syst Rev. Vol.6. 2017
GOZZO, T. O.; et al. Erisipela em mulheres com câncer de mama seguidas em um serviço de reabilitação. Rev. Eletr. Enferm. 22. 55712; 1-7, 2020
Michael Y, Shaukat NM. Erysipelas. [Updated 2022 Aug 8]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2022 Jan
ROB, F.; HERCOGOVÁ, J. Benzathine penicillin G once-every-3-week prophylaxis for recurrent erysipelas a retrospective study of 132 patients. J Dermatolog Treat. 29. 1; 39-43, 2018
Stevens DL, Bryant AE. Impetigo, Erysipelas and Cellulitis. 2016 Feb 10. In: Ferretti JJ, Stevens DL, Fischetti VA, editors. Streptococcus pyogenes : Basic Biology to Clinical Manifestations [Internet]. Oklahoma City (OK): University of Oklahoma Health Sciences Center; 2016
STEVENS, Dennis L. et al. Practice Guidelines for the Diagnosis and Management of Skin and Soft Tissue Infections: 2014 Update by the Infectious Diseases Society of America. Clinical Infectious Diseases. Vol.59, n.2. 10–52, 2014
SUKUMARAN, Vichitra. Bacterial skin and soft tissue infections. Aust Prescr. Vol.39, n.5. 159–163, 2016