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Como o hábito de reclamar adoece seu cérebro

Por que as pessoas se queixam? Certamente que não é apenas para torturar os outros com sua negatividade, como muitos poderiam pensar. Muitas pessoas têm o hábito de reclamar, talvez para exteriorizar suas emoções e pensamentos, talvez para desabafar e se sentir melhor, e até aí, tudo bem, é importante mesmo expressar suas emoções.
Mas a ciência sugere que existem algumas falhas graves nesse raciocínio. Porque ao tornar a queixa uma constante, não apenas expressa uma carga enorme de negatividade que, além de não fazer a pessoa se sentir melhor, também contagia os ouvintes, fazendo com que eles se sintam piores. “Ficar se queixando o tempo todo é semelhante a peidar no elevador lotado. Parece inofensivo, mas é danoso”, disse o psicólogo Jeffrey Lohr, elucidando a tese de forma memorável.

Dessa forma a ciência afirma que o hábito de reclamar não nos faz bem. Expressar essa negatividade pode fazer com que nos sintamos ainda pior. Desabafar por meio das emoções pode parecer uma boa ideia, porém, geralmente, não é. Tanto para quem se queixa o tempo todo, como para quem ouve.

Em mais de uma década de experiência como pesquisador independente de psicologia e neurociência o americano Steven Parton (capa) estuda por que o hábito de reclamar altera negativamente o humor da pessoa, podendo criar um estado permanente de baixo-astral em alguns indivíduos. Segundo ele, o cérebro constrói suas conexões com base em tudo a que é repetidamente exposto. Portanto, se alguém está habituado a fazer reclamações e ter pensamentos negativos, o órgão buscará fazer isso novamente, já que esse é o caminho mais fácil, pois ele já saberá por onde seguir. A boa notícia é que isso também acontece da forma contrária, com o pensamento positivo motivador.

Situações em que o hábito de reclamar prejudica a saúde do seu cérebro

1- Queixas consolidam as sinapses da negatividade

Neste instante nosso cérebro está produzindo muitíssimas sinapses. Quando pensamos um neurônio libera uma série de neurotransmissores, por meio dos quais um neurônio se comunica com outro. E, assim, estabelece uma espécie de ponte através da qual passa um sinal elétrico. Desta forma é transmitida a informação no cérebro.
É interessante observar que a cada vez que se produz uma sinapse, esse caminho se completa. Desta forma são criadas verdadeiras autopistas neurais em nosso cérebro. São elas que nos permitem, por exemplo, dirigir de maneira automática ou caminhar sem ter de pensar como movemos os pés.

Estes circuitos não são estáticos. A função prática pode mudar, debilitar-se ou consolidar-se. Obviamente que, quanto mais sólida seja essa conexão, mais rápida chegará a informação e mais eficiente seremos ao realizar essa atividade.
O problema é o seguinte: quando nos queixamos, nossos pensamentos negativos enchem a nossa mente. E estaremos alimentando, precisamente, as redes neurais maléficas. Neste caso, quando alimentamos a negatividade ela traz de volta a depressão. Quanto mais nos queixamos, mais escuro veremos o mundo, porque são exatamente esses caminhos neurais que estamos potencializando em detrimento de outros muito mais positivos e benéficos para a nossa saúde emocional.

Investigadores da Universidade de Yale constataram que nas pessoas submetidas a um grande estresse ou que sofrem depressão, ocorre um desequilíbrio das sinapses que produz a atrofia neural. No cérebro destas pessoas aumenta a produção do fator de transposição chamado GATA1, que diminui de tamanho. As projeções e a complexidade das dendrites são essenciais para transmitir as mensagem entre os neurônios

2 – Você é o reflexo de quem está a sua volta

As reclamações não somente afetam as conexões neurais da pessoa que se lamenta, como também de quem está ao seu redor. É provável que depois de haver ouvido um amigo se queixar durante várias horas, você se sinta como se ele houvesse drenado a sua energia vital. E provável que nesse momento também tenha tido uma visão um pouco mais pessimista do mundo.
Isto se deve ao fato de que o nosso cérebro esta programado para ser empático. Os neurônios espelhos nos fazem experimentar as mesmas sensações que a pessoa transmite. Ou seja, alegria, tristeza ou raiva. Nosso cérebro tenta imaginar o que sente e pensa essa pessoa e, em consequência, o cérebro atua no sentido de modular nosso comportamento.

Nestes casos, a empatia se converte em uma “faca de dois gumes” apontada contra nós mesmos. Quando ouvimos uma pessoa se queixar, o nosso cérebro libera os mesmos neurotransmissores do queixoso. Desta forma, acabamos prisioneiros de suas queixas.

3 – O cérebro é o comando que controla o corpo

As queixas consolidam as sinapses “negativas” do cérebro e estas provocam um grande impacto em nossa saúde. Quando alimentamos a tristeza, o ressentimento, a raiva, o ódio e a ira, tolas essas emoções se refletem em nosso corpo. Um grupo de pesquisadores da Universidade de Aalto idealizou um mapa corporal das emoções, no qual se pode ver como estas emoções se refletem em zonas específicas do corpo:

Também não podemos nos esquecer de que detrás desses sentimentos e emoções negativos se escondem, muitas vezes, o cortisol. Um neurotransmissor que também atua como hormônio e serve para ajudar o organismo a controlar o estresse, reduzir inflamações, contribuir para o funcionamento do sistema imunológico e mantém os níveis de açúcar no sangue, assim como regula a pressão arterial.
No entanto, não devemos esquecer que por trás dos sentimentos negativos e emoções, um sistema imunitário deprimido aumenta a pressão arterial e o risco de desenvolver doenças tal como o câncer e as desordens cardiovasculares. O cortisol também prejudica a memória, aumenta o risco de depressão e ansiedade e, obviamente, diminui a esperança de vida.


✨As informações descritas são para adultos e de caráter informativo, não substituem uma consulta médica. Os casos precisam ser individualizados para serem cuidados, norteando sobre como e porque isso está fazendo mal para sua saúde.
🗝A intenção aqui é entregar possibilidades e alertar sobre a raiz dos seus adoecimentos pessoais e familiares.

Dra. Ana Coutinho
Médica de Família
CRM-GO 12873 | RQE 8332

Como um pai ausente te afeta como adulta.

O que acontece quando um pai não estabelece vínculo algum com seus filhos?

O cérebro de uma criança é um ávido processador de estímulos, e no seu dia a dia precisa de estímulos positivos para poder crescer de forma madura e segura. Um pai ausente produz incongruências, vazios e dificuldades no contato com os outros. A criança espera carinho, comunicação e uma interação diária com a qual se abrir ao mundo também através do seu pai. Contudo, só encontra muralhas. Um trato vazio e esquivo gera ansiedade nas crianças, não sabem “a que se apegar”, desenvolvem expectativas que não se cumprem, e tendem além disso, a comparar “pais alheios” aos que eles têm em casa. Sabem que os pais dos seus amigos agem de modo diferente do seu.

Como podemos nos curar de um relacionamento que talvez nunca tenhamos?

O medo e ansiedade constantes, podem resultar do trauma de um pai ausente. A ferida do pai ausente pode se tornar um problema geracional e afetar tudo em nossas vidas, inclusivo os nossos relacionamentos íntimos. A chave para quebrar o ciclo de mágoa, mal-entendido e ausência física e/ou afetiva é reconhecer o que pertence ao presente – e o que pertence ao nosso passado. Ou seja, crescer e enxergar as próprias dores como adulto e não como a criança ferida.

Quando ousamos embarcar na jornada de cura, nos abrimos para fazer as pazes com nosso passado ferido. Somos capazes de aprofundar nossos relacionamentos atuais. E podemos criar um amor real e duradouro com nossas relações afetivas. O que nos feriu no passado, às vezes, nos da a oportunidade de crescer no futuro. A dor pelo pai ausente é a disfunção psicológica, relacional e física que faz um buraco em nossas almas

Imagine um buraco em nossas almas, na forma de nosso pai. Como isso afeta o que sinto por mim mesmo? Como isso afetaria minha capacidade de ter um bom relacionamento com alguém? Como isso afetaria minha autoestima? Minha saúde física? Muitos deles estão relacionados. Em nossa cultura, temos todas essas condições físicas e não vemos a conexão entre elas e o que aconteceu na infância. Por exemplo, a maioria das pessoas não diz: “Estou acima do peso porque não tive o amor de que precisava quando estava crescendo”. Achamos que temos um problema de dieta. Mas pode haver um buraco que nunca foi preenchido.

O que uma criança mais precisa em um pai?

Sua presença. Seu amor incondicional. Seu profundo e permanente cuidado por quem você é e como você. Assim como costumamos projetar muitas das nossas esperanças e sonhos em nossos cônjuges, também costumamos projetar muito disso em nossos filhos. Não vemos as crianças como elas são; nós os vemos como gostaríamos que fossem. O que as crianças precisam é ser vistas como são e ter uma presença amorosa em suas vidas para sempre. Você nunca supera esse desejo de ter essa presença em sua vida.

Se você é uma criança cujo pai é ausente, mas é muito próximo de um avô, tio ou amigo próximo da família, ainda assim, você sente essa ferida?

Isso definitivamente ajuda, mas não corrige não sara a ferida do pai ausente. Você não pode evitar o fato de que ainda haverá uma dúvida profunda sobre o que você perdeu numa convivência efetiva com o seu pai, e você precisa chegar a um entendimento do que ainda não foi curado. Ajuda ter outro suporte, mas você ainda precisa fazer algum trabalho de cura para lidar com a ausência integral de seu pai.

Como a ferida do pai ausente afeta mulheres e homens de maneira diferente?

Geralmente, as mulheres tendem a fazer mais a conexão entre o medo, a dor, a depressão e a perda que sentem em seus relacionamentos atuais, com as feridas do passado. Já os homens tendem a estar mais em contato com sua raiva. Grande parte dos homens não se ligam, de imediato, que a possível falta de simpatia ou empatia para com os relacionamentos afetivos, chegando ao ponto de se tornarem raivosos e controladores, são, na verdade, disfarces para a dor e o medo que sentem. E o oposto tende a ser verdadeiro para as mulheres. Às vezes, o medo e a dor são um disfarce para a raiva com a qual elas não lidaram no passado. Mas quando você entender isso, em vez de ficar apenas com raiva de seu cônjuge ou com medo de perdê-lo, você pode dizer: “Onde estava a raiva quando meu pai foi embora? Onde estavam a dor e o medo pelo pai que não estava comigo quando eu precisei dele?”.

O comportamento do pai ausente é transmitido de geração em geração? Como podemos evitar que esse padrão continue?

Quando você começar a tratar da ferida do pai ausente, quase sempre encontrará feridas que acompanham toda a família, geração após geração. Quando estamos em um relacionamento e sabemos que algo está errado, mas não sabemos o quê é, apenas fazemos o melhor que podemos para nos consertar ou consertar a outra pessoa. Mas então começamos a decifrar: não é só ele ou ela; tem a ver com nosso passado. De repente, podemos fazer essas conexões que nem sabíamos que existiam.
Podemos sim, ainda que inconscientes, transmitir nossos traumas aos nossos filhos.
Assim que você vê o caminho em sua vida, o medo inconsciente de passa-lo para seus filhos começa a diminuir. Depois de reconhecê-lo, você percebe que pode consertar isso. Você pode curar esse passado. Você pode trabalhar com as coisas de seu relacionamento atual. Você pode realmente curá-lo para sentir um amor real e duradouro e seus filhos crescerão com pais que estão presentes em suas vidas. E se você conseguir fazer isso enquanto o filho ainda está no ventre, ou quando ainda é criança pequena, é melhor ainda.

O que acontece se você não curar a ferida do pai?

A prática do distanciamento afetivo, a raiva sem causa justificável, a insegurança ou a dependência emocional, afastam a pessoa amada de nós. Queremos garantias extras de amor, afeto, compreensão, dedicação… da pessoa amada – mas ela nunca nos dá o suficiente. Então a pessoa amada sentirá que não importa o quanto ela nos dê, nunca será o bastante. É porque toda a nossa vida está estruturada na insegurança, na terrível sensação de abandono. E é essa insegurança, inconsciente, vinda do passado que nos leva a quase todos os problemas em nossos relacionamentos na vida adulta. Quase todas as brigas passionais, o sexo não ótimo, os mal-entendidos… vêm de questões não curadas do passado. Assim que soubermos disso, podemos nos tornar um pouco mais compreensivos e culpar muito menos a nós mesmos ou aos parceiros e ter muito mais interesse na cura.

Como a ferida da ausência paterna se manifesta na vida adulta?

Só se percebe quando há consciência. Isso porque o normal, o que se busca num relacionamento pode ser doentio. Sair da bolha de ilusão é abrir oportunidade para um novo olhar, e quem sabe, o que é de fato saudável.

Como iniciar seu caminho de cura?

O começo simples é saber que existe uma solução. É saber que alguém tem um roteiro do que é saudável. É a sensação de que há alguma esperança. A esperança é o primeiro passo. O segundo passo é o compromisso. E a coragem de reconhecer que, exatamente porque existe uma maneira de curar, precisamos nos comprometer com o processo de cura. A terceira etapa é o suporte. Vai ajudar ainda mais se você se conectar com alguém que já esteve lá antes, que já esteve no território e pode orientá-lo. E a quarta etapa: você tem que entender que isso é importante para você. Muitas pessoas desistem de relacionamentos. Quando você reconhece que não precisa desistir e que há uma maneira de superar isso, você precisa decidir se isso é importante para você. Porque é uma jornada.
Se você estivesse sentado aqui no meu escritório comigo, eu o levaria através de algumas das perguntas importantes, tais como: Como você sabe se as feridas de um pai distante ou ausente tiveram impacto em sua vida? E então, quais são as coisas que você mais teme na vida? Quais são as coisas com que você se preocupa à noite, quando não consegue dormir?

Ir a esses lugares profundos do inconsciente pode causar um pouco ansiedade. Então, faça de preferência um especialista em saúde mental, e com a pessoa amada, para que ela possa lhe tranquilizar quando estiver ansioso ou com medo.

Então faça isso quando estiver pronto.


✨As informações aqui descritas são para adultos e de caráter informativo, não substituem uma consulta médica. Os casos precisam ser individualizados para serem cuidados, norteando sobre como e porque isso está fazendo mal para sua saúde.

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Dra. Ana Coutinho
Médica de Família
CRM-GO 12873 | RQE 8332

A triste vida de crianças que precisam de muito para serem felizes.

Estamos assistindo ao assassinato coletivo da infância das crianças e da juventude dos adolescentes no mundo todo. Nós alteramos o ritmo de construção dos pensamentos por meio do excesso de estímulos, sejam presentes a todo momento, seja acesso ilimitado a Smartphone, redes sociais, jogos de videogame ou excesso de TV. Eles estão perdendo as habilidades socioemocionais mais importantes: se colocar no lugar do outro, pensar antes de agir, expor e não impor as ideias, aprender a arte de agradecer. É preciso ensiná-los a proteger a emoção para que fiquem livres de transtornos psíquicos. Eles necessitam gerenciar os pensamentos para prevenir a ansiedade. Ter consciência crítica e desenvolver a concentração. Aprender a não agir pela reação, no esquema ‘bateu, levou’, e a desenvolver altruísmo e generosidade.

Ensine a criança a fazer pausa e contemplar o belo

Nunca tivemos uma geração tão triste, tão depressiva. Precisamos ensinar nossas crianças a fazerem pausas e contemplar o belo. Essa geração precisa de muitas coisas para sentir prazer: viciamos nossos filhos e alunos a receber muitos estímulos para sentir migalhas de prazer. O resultado: são intolerantes e superficiais. O índice de suicídio tem aumentado. A família precisa se lembrar de que o consumo não faz ninguém feliz. Suplico aos pais: as crianças e os adolescentes precisam ser estimulados a se aventurar, a ter contato com a natureza, se encantar com astronomia, com os estímulos lentos, estáveis e profundos da natureza que não são rápidos como as redes sociais.

Deixe que a criança vivencie o tédio, a frustração e a tristeza

É fundamental que as crianças aprendam a elaborar as experiências. Por exemplo, diante de uma perda ou dificuldade, é necessário que tenham uma assimilação profunda do que houve e aprender com aquilo. Como ajudá-las nesse processo? Os pais precisam falar de suas lágrimas, suas dificuldades, seus fracassos. Em vez disso, pai e mãe deixam os filhos no tablet, no smartphone, e os colocam em escolas de tempo integral. Pais que só dão produtos para os seus filhos, mas são incapazes de transmitir sua história, transformam seres humanos em consumidores. É preciso sentar e conversar: ‘Filho, eu também fracassei, também passei por dores, também fui rejeitado. Houve momentos em que chorei. Quando os pais cruzam seu mundo com os dos filhos, formam-se arquivos saudáveis poderosos em sua mente, que eu chamo de janelas light: memórias capazes de levar crianças e adolescentes a trabalhar dores perdas e frustrações.

Crie intimidade real e empatia verdadeira com a criança

Pais que não cruzam seu mundo com o dos filhos e só atuam como manuais de regras estão aptos a lidar com máquinas. É preciso criar uma intimidade real com os pequenos, uma empatia verdadeira. A família não pode só criticar comportamentos, apontar falhas. A emoção deve ser transmitida na relação. Os pais devem ser os melhores brinquedos dos seus filhos. A nutrição emocional é importante mesmo que não se tenha tempo, o tempo precisa ser qualitativo. Quinze minutos na semana podem valer por um ano. Pais têm que ser mestres da vida dos filhos. As escolas também precisam mudar. São muito cartesianas, ensinam raciocínio e pensamento lógico, mas se esquecem das habilidades socioemocionais.

Mais brincadeira, menos informação

Criança tem que ter infância. Precisa brincar, e não ficar com uma agenda pré-estabelecida o tempo todo, com aulas variadas. É importante que criem brincadeiras, desenvolvendo a criatividade. Hoje, uma criança de sete anos tem mais informação do que um imperador romano. São informações desacompanhadas de conhecimento.
Os pais podem e devem impor limites ao tempo que os filhos passam em frente às telas. Sugiro duas horas por dia. Se você não colocar limite, eles vão desenvolver uma emoção viciante, precisando de cada vez mais para sentir cada vez menos: vão deixar de refletir, se interiorizar, brincar e contemplar o belo.
Parabenize os acertos ao invés de apontar as falhas
Em vez de apontar falhas, os pais devem promover os acertos. Todos os dias, filhos e alunos têm pequenos acertos e atitudes inteligentes. Pais que só criticam e educadores que só constrangem provocam timidez, insegurança, dificuldade em empreender. Os educadores precisam ser carismáticos, promover os seus educandos.
Assim, o filho e o aluno vão ter o prazer de receber o elogio. Isso não tem ocorrido. O ser humano tem apontado comportamentos errados e não promovido características saudáveis.

Dê exemplo ao praticar a inteligência emocional

Vejo pais que reclamam de tudo e de todos, não sabem ouvir não, não sabem trabalhar as perdas. São adultos, mas com idade emocional não desenvolvida. Para atuar como verdadeiros mestres, pai e mãe precisam estar equilibrados emocionalmente. Devem desligar o celular no fim de semana e ser pais. Muitos são viciados em smartphones, não conseguem se desconectar. Como vão ensinar os seus filhos e fazer pausas e contemplar a vida? Se os adultos têm o que eu chamo de síndrome do pensamento acelerado, que é viver sem conseguir aquietar e mente, como vão ajudar seus filhos a diminuírem a ansiedade?”.


✨As informações aqui descritas são para adultos e de caráter informativo, não substituem uma consulta médica. Os casos precisam ser individualizados para serem cuidados, norteando sobre como e porque isso está fazendo mal para sua saúde.

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Dra. Ana Coutinho
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Dê tudo para seu filho e fracasse.

Um dia você idealizou que daria para o seu filho tudo o que você não teve na sua infância e juventude, e, por isso, luta muito financeiramente para que não lhe falte coisa alguma. Assim, você tenta barganhar a sua ausência afetiva, com presentes. Tentar barganhar a sua presença com um presente é um jeito covarde de ofender a inteligência emocional da criança. Entenda, é a sua presença que é um presente para a criança e não o contrário. Mesmo porque você não pode se esquecer de dar ao seu filho algo que, possivelmente, você também não teve: ‘tempo para estar junto’.

Do tempo que você passa com seus filhos, quanto tempo é de qualidade?

E importante compreender que ao presentear uma criança com seu tempo, você está lhe ofertando uma coisa que você nunca recupera. Com este gesto você diz que a ama, que a valoriza e que gosta muito de desfrutar da companhia dela.
Dedicar tempo às crianças não significa dar-lhes o celular, abrir um vídeo ou um jogo no tablet ou ligar a televisão no seu canal favorito. Tampouco, e auxiliar nas tarefas escolares, ou um beijo de boa noite, ou sentar-se para dar conselhos e repreensões. Dedicar tempo à criança é entender a diferença entre dedicar atenção obrigatória à ela e criar tempo livre para estar ela.

Quando você dedica tempo para estar com uma criança, ela descobre que você deu a ela algo que não se pode recuperar, ou seja, algo de muito valor que foi dedicado especialmente à ela. A infância é uma das etapas mais importantes da vida em que o tecido da nossa evolução está entrelaçado. Assim, as crianças estão imersas em milhares de mudanças que às vezes os adultos nem percebem e que, portanto, perdemos se não estivermos atentos.

Não explicar as coisas com calma pode levar a mal-entendidos. É preciso criar o clima para as crianças fazerem perguntas e dar tempo para que tudo seja arredondado e não haja franjas. Qualquer tema contado com calma e entusiasmo capta o interesse das crianças. Mas para isso, tem que viver. Tudo fica dentro de si se não tem tempo para tirá-lo.

Criação lenta, envelhecimento lento

Educar e compartilhar momentos “em fogo lento” significa respeitar seus ritmos, dando-lhes espaço para se desenvolverem, sem pular etapas, crescendo e evoluindo sem o estresse e a exigência que geramos em torno deles.
Essa perspectiva educacional é baseada na filosofia slow, que manifesta a necessidade de privilegiar um ritmo de vida mais calmo, promovendo assim a maturidade, a evolução e a criação de vínculos a partir da progressão natural da criança, sem pressa. Isto é conseguido apoiando a criança em cada passo, não forçando seus estágios evolutivos e oferecendo oxigênio psicológico à sua educação, esquecendo-se da marcação e impregnação de cada pequeno aprendizado, toda demonstração de afeto e a cada coleção de motivos.

Que a pressa não roube a magia da infância

A pressa é nossa pior conselheira. Ela é responsável por roubar os momentos mais preciosos e os mais maravilhosos detalhes da magia da infância. Agora, se pararmos para pensar, talvez possamos remediar isso.
Alguns pais substituem suas presenças por atribuições, encarregando os filhos de compromissos para preencher o tempo que eles não podem (ou não querem) dedicar, então inscrevem seus filhos nos mais variados cursos. Talvez nem se deem conta do que estão perdendo em não ver o passo a passo do crescimento dos filhos.

Deveres, arrumar a casa, tomar banho, futebol aos seis, aniversários às oito, jantar às dez … O dia todo a correr … e a galope. O que queremos alcançar com isso? Nossos filhos estão gostando? Estamos conscientes do que estamos perdendo e do que estamos fazendo com que eles percam? Provavelmente não. Devemos fazer o exercício de refletir se oferecemos tempo aos nossos filhos, se brincarmos com eles o suficiente e se organizarmos o seu dia a dia reservando momentos em que nos dedicamos exclusivamente a eles e a nós em conjunto.

  • Se aproveite qualquer tempo livre que puder dispor, ainda que seja só alguns minutos.
  • Não haja nesse instante a interferência da TV, Internet e qualquer outra forma de distração que atrapalhe esse momento.
  • Se conte alguma coisa em “confidência”, fazendo assim com que a criança se sinta importante por ser detentor de um “segredo” do pai/mãe. Esse gesto faz com que se estreite mais os laços, aumentando a intimidade.
  • Peça que ele lhe ensine algo novo que tenha aprendido na escola ou com algum amigo. Demonstre interesse em aprender.
  • Ensine-lhe algo novo
    Tudo isso são coisas que não demandam muito do nosso tempo se quisermos mesmo fazer. Mas é bom se programar para passar um tempo maior juntos.

Tudo isso são coisas que não demandam muito do nosso tempo se quisermos mesmo fazer. Mas é bom se programar para passar um tempo maior juntos. Não deixemos que a criação de nossos filhos seja marcada pela pressa ou maus hábitos que existem hoje. O melhor presente não é o centro de comando dos desenhos de moda ou os mais recentes bonecos da Disney. O melhor presente é compartilhar com eles o bem mais precioso que existe na vida e que nunca retorna: o tempo.


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Dra. Ana Coutinho
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Ser positivo pode anular suas reais emoções e esconder quem é você.

Um exemplo de positividade tóxica é a frase “floresça onde você está plantado”. Esse tipo de positividade nos remete ao lugar de conformado, de resignado. As nossas emoções precisam ser aceitas, compreendidas e ressignificas. Logo, você não é uma árvore, portanto, se não está feliz onde você está, saia dessa situação.
A Positividade tóxica é a negação de nossas emoções e de quem somos.
O problema com a positividade tóxica é que ela é uma negação de todos os aspectos emocionais que sentimos diante de qualquer situação que nos represente um desafio. É desonesto em relação a quem somos nos permitir apenas expressões positivas. Negar constantemente tudo o que é ‘negativo’ que sentimos em situações difíceis é
exaustivo e não nos permite construir resiliência.

Isso nos isola de nós mesmos, de nossas verdadeiras emoções. Nós nos escondemos atrás da positividade para manter outras pessoas longe de uma imagem que nos mostra imperfeitos. Suprimir as emoções afeta sua saúde. Se você esconder suas dificuldades mentais por trás de uma fachada de positividade, elas se refletirão de maneiras alternativas em seu corpo, de problemas de pele à síndrome do intestino irritável.
Quando ignoramos nossas emoções negativas, nosso corpo aumenta o volume para chamar nossa atenção para esse problema. Suprimir as emoções nos esgota mental e fisicamente. Não é saudável e não é sustentável a longo prazo.
O positivismo tóxico está na moda
As redes sociais nos obrigam a comparar nossas vidas com as vidas perfeitas que vemos online. Há uma tendência constante nas redes sociais de nos mostrarmos perfeitos e felizes. Mas isso é desgastante e não é real.
Se houvesse mais honestidade sobre as vulnerabilidades, nos sentiríamos mais livres para experimentar todos os tipos de emoções. Somos humanos e devemos nos permitir sentir todo o espectro de emoções. É ok não estar bem. Não podemos ser positivos o tempo todo.

É muito bom pensar que tudo vai dar certo, mas isso não significa que todo o processo para que aconteça tenha que ser agradável. É mais realista dizer isso também vai acontecer, mas vai passar’ quando estamos em um momento de bloqueio.

Não ignore suas emoções negativas, você deve reconhecê-las e aceitá-las.

Todas as emoções são como ondas: ganham intensidade e depois descem e se transformam em espuma, até desaparecer aos poucos. O problema é quando são negativas não as queremos sentir, mas devemos. Seja mais honesto, mais autêntico, não tenha medo de expressar que está triste, deprimido ou ansioso. Reconheça que está mal e saiba que isso vai acontecer.
O ideal é aceitar todas as emoções, em vez de suprimir aquelas que nos fazem mal. Não se trata de não ser positivo, mas de validar como nos sentimos a cada momento mesmo quando não estamos bem. O segredo é não levar o positivismo ao extremo.
Experimente as emoções e aprenda com elas a ser mais resiliente. Todas as nossas emoções são autênticas e reais, e todas elas são válidas. Mas, lembre-se, pessoas que foram diagnosticadas com depressão grave precisam de acompanhamento clínico para o enfrentamento de suas emoções”.


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Dra. Ana Coutinho
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Adultize uma criança e destrua sua infância.

Competições, desfiles, maquiagens, roupas, sapatos, cabelos, danças, músicas, páginas em redes sociais, jogos e acesso a conteúdo para adultos…
Crianças com responsabilidades, hábitos e agenda de adulto, isto chama-se “adultização” fora da hora. Criança não é adulto em miniatura. Criança é criança, e como tal precisa vivenciar a sua vida se ocupando de coisas de criança e não de adultos.

Como os pais permitem que aconteça “adultização”?

A “adultização” é o processo de querer acelerar o desenvolvimento das crianças para que se tornem logo adultas. A “adultização” provoca perda da infância, da socialização, da coletividade e do mais importante, a fase do brincar livremente.
Fico indignada ao notar que a grande maioria dos pais não observa a classificação indicativa do que os seus filhos estão vendo na Netflix, no Youtube, na TV. Os jogos de vídeo game são baixados virtualmente pela própria criança. E exatamente porque a criança capta toda essa tempestade de informações sobre o mundo dos adultos, é que a depressão infantil e o índice de suicídio entre crianças de 5 a 11 anos está aumentando assustadoramente.

Como se isso não bastasse, a criança nunca tem tempo para experimentar o tédio: iniciou um choro, está aqui o celular dos pais; iniciou uma birra, esta aqui o celular dos pais; tem visita em casa, vá para seu quarto jogar videogame – daí a criança pergunta – posso baixar o jogo novo? E o adulto responde que sim, só para se livrar dela.
Entretanto é muito importante para a saúde mental e para o desenvolvimento cognitivo e psicossocial da criança vivenciar a frustração, o tédio, o não e a birra até que pare de chorar sozinha, sem barganhas ou ameaças. Acredite, a birra tem pontos muito positivos. Se você permitir que a criança experimente o tédio, certamente ela desenvolverá habilidades inimagináveis. Antes de dar um celular para o seu filho, deixe-o experimentar o tédio. Mesmo porque a idade para dar um celular para uma criança é não dar um celular para uma criança.

A idade aconselhável para falar com a criança sobre os perigos do abuso sexual, das drogas, da depressão, da prevenção ao suicídio, do machismo, do racismo, da homofobia… é desde o ventre materno. Numa fala pedagógica e fabulosa de acordo com a compreensão de cada idade. Observe o símbolo verde com a letra L que significa livre. E desde o ventre materno também que se ensina valores altruístas, empáticos, de cooperação e caridade. A idade aconselhável para se começar a usar o celular é aos 12 anos e mesmo assim, sem acesso à internet. Os tablets também não devem ter acesso à internet e são os pais que devem instalar os jogos de acordo com a idade da criança.

Cada coisa tem o seu tempo, vamos respeitar a infância

Não crie a criança para a competição. Crie a criança para à cooperação, para o amor, para à equidade social, para à socialização, para interacionismo, para universalização dos direitos iguais. As crianças, embora estejam imersas nos comportamentos, nas linguagens, nas relações e nos universos do mundo dos adultos, elas anseiam pelo brinquedo, pelos jogos infantis e pelas oportunidades de conviverem e brincarem com outras crianças. O fato de querer ser adulto antes da hora, compromete a identidade de ser criança e, consequentemente, pode levar a uma vida adulta bastante conflituosa. A criança “adultizada”, confunde os limites que diferenciam uma fase da outra.
É muito importante deixar as crianças viverem a infância na sua totalidade. A rotina da criança é para viver a infância e brincar em plenitude. Para a criança, brincar é uma necessidade, pois essa atividade é muito importante para seu desenvolvimento.
Uma criança feliz e sadia é barulhenta, inquieta, altruísta e rebelde. Adultizar a infância é a forma mais eficiente de destruí-la.


✨As informações aqui descritas são para adultos e de caráter informativo, não substituem uma consulta médica. Os casos precisam ser individualizados para serem cuidados, norteando sobre como e porque isso está fazendo mal para sua saúde.

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Dra. Ana Coutinho
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Família: pode adoecer ou excluir, salvar ou curar, só depende de você.

A família é a estrutura que possibilita ao ser humano entrar mundo, mas, também pode ser é a mesma que abusa e leva à morte (real ou subjetiva). Acredite: família não é um ninho seguro e amoroso que cuida e acolhe em todos os casos e sempre; isso porque somos seres humanos imperfeitos e falíveis. Mas, a grande boa notícia é: pode ser uma grande fonte de crescimento e evolução da vida.

É ingênuo acreditar naquela família margarina, romantizada, boa e agradável o tempo todo, e boa em si. A melhor família é aquela que tem consciência de seus enfrentamentos e modelos doentios, e que, por isso, se ocupa em lançar os filhos para a vida da forma mais saudável possível.

Os grandes primeiros referenciais de vida

A família é uma espécie de mal necessário, que precisa ser superada por cada um no seu esforço de maturidade. A mãe (ou qualquer adulto que carrega a função materna) traz o ensinamento do cuidado, se apropria de fornecer sem receber nada em troca do bebê, todas as suas necessidades básicas e tem a obrigação de ensinar este futuro adulto a cuidar de si mesmo (caso ensine de forma saudável). O pai (ou quem exercer a função paterna), precisa ser reconhecido como amado pela mãe, para que este indivíduo cuidado saia da simbiose com a mãe e se permita ser diferente e amado. Aprendendo a cuidar de si e se percebendo diferente, está agora pronto para o próximo passo: ser levado para a aventura, para a vida por este pai.

Todo e qualquer discurso que busca romantizar a família ou promover a figura de pais perfeitos e poderosos, adoece ainda mais esse sistema familiar.

Qual é o caminho?

  • Reconhecer-se adulto, falível e imperfeito é o primeiro passo. A partir daí o hábito agressivo do julgamento se esvai, pois todos estamos continuamente e diariamente em aprendizado.
  • Compreender que viemos de famílias que entregaram o suficiente, mas nunca o idealizado por nós. E aqui, a grande questão: sair dessa ilusão de que p certo e o normal é o que sua família ensinou. Normal = Dentro da norma. Nada mais.
  • Identificar do que você aprendeu o que é saudável. O que é doentio. Como aprender o que é bom para comer. Busque profissionais para trazer modelos mais saudáveis à você e às próximas gerações. Use seu livre arbítrio.
  • A consciência liberta.

✨As informações descritas são para adultos e de caráter informativo, não substituem uma consulta médica. Os casos precisam ser individualizados para serem cuidados, norteando sobre como e porque isso está fazendo mal para sua saúde.
🗝A intenção aqui é entregar possibilidades e alertar sobre a raiz dos seus adoecimentos pessoais e familiares.
Dra. Ana Coutinho
Médica de Família
CRM-GO 12873 | RQE 8332

5 Dores que a mulher carrega quando não se sente amada pela mãe

Se você sente que teve uma infância sem amor e suas necessidades emocionais não foram atendidas por sua mãe, você não está sozinha. Infelizmente essa experiência é comum e os efeitos podem ser profundos e de longo prazo. Culpar seus pais ou família de origem por comportamentos destrutivos não é a ideia mais útil, mas é imprescindível para a sua vida de adulta entender e curar para não perpetuar o dano causado.

Isso porque interfere:

  • Na forma como você comunica suas emoções e necessidades
  • Na forma como você entende as emoções e necessidades de seus parceiros
  • Na forma como você responde ao conflito
  • Na forma como você se autorregula
  • Na forma como você lida com as suas expectativas de parceiros e relacionamentos
  • Na forma como você navega na vida, no trabalho e nos relacionamentos na idade adulta

Por isso aprender os efeitos potenciais de uma infância sem amor é um início para este processo de busca da raíz dos seus problemas de saúde. Então, o que acontece quando uma criança não se sente amada enquanto ela está crescendo?

1 – Apego inseguro e pouca Inteligência Emocional
Se quando criança por alguma maneira você não se sentiu amada, isso pode criar dificuldade de proximidade e intimidade quando adulto, você tende a evitar relacionamentos profundos e significativos.
Crianças veem, sentem e percebem comportamentos, atitudes e energia dos pais. E atenção: se seus pais não tiveram inteligência emocional para criá-la na infância, agora é sua responsabilidade como adulta de cuidar de sua inteligência emocional e quem sabe quebrar esse ciclo e fazer o bem à você e seus filhos.

2 – Tem o sentido de si mesma prejudicado e o deixa o medo de fracassar dominá-la

Mulheres que não se sentiram amadas quando criança, acreditam que “não são boas o suficiente”. Quando a criança nasce a sua noção de ‘quem eu sou’ é a sua mãe. Ela não reconhece seu corpo, seu rosto e seu sentimento. Tudo que ela é a sua mãe, só que agora está fora do abrigo do ventre, está ‘sozinha’ num mundo, sem saber quem é e o sente. Geralmente se desenvolve quando uma criança se sente:

  • mal amada
  • indesejada
  • rejeitada
  • negligenciada física, mental, emocional, social.
  • abandonada
  • criticada cronicamente

Assim, essa mulher aprende uma criação que dar amor é uma recompensa por ser obediente. Por não se conhecer e pautar o amor próprio no outro, ela tem medo de assumir riscos saudáveis e expandir-se profissionalmente. Se errar, deixa de ser um ser humano que merece amor.

3 – Não confiam e se tornam solitárias
Um ambiente que não seja seguro, amoroso, respeitoso e consistente tendem a gerar mulheres que não confiam nem em si mesmas e nem nos outros e por isso, usualmente se sente muito inseguras e desconfiadas. Opositalmente pode gerar uma mulher com forte defesa e incapaz de confiar em qualquer pessoa, por isso o insconsciente diz: “amor e conexão não é seguro”.

4 – Dificuldade em navegar pelos limites e busca por amigos e parceiros tóxicos
É impossível uma criança criada dentro de uma família sem limites saudáveis ter essa habilidade natural quando adulto. Esse é o ambiente considerado normal, excessivamente rígido ou livre e essa mulher buscará inconscientemente o ambiente tóxico porque é o familiar a ela. Assim será mais apta a criar barreiras e sabotar possíveis relacionamentos saudáveis:

  • ser explorada – gerando a rotina de busca por relacionamentos abusivos
  • explorar os outros – gerando a rotina de busca por relacionamentos com co-dependência, buscando pares a serem “consertados”.
  • manter-se sempre na defensiva

5 – Sensibilidade extrema e Propensão a transtornos na saúde mental
Fruto de pais que invalidam as experiências da criança, não modelam a sensibilidade emocional saudável e ignoraram a importância da regulação e processamento emocional. Mesmo que racionalmente seja uma mulher segura e confiante, o inconsciente traz uma criança em constante conflito interior propensa a perturbações intrapessoais e interpessoais significativas.

Negligência e abuso emocional na infância pode ter impactos duradouros na saúde mental. Podem surgir então transtornos de ansiedade, depressão, sintomas dissociativos. transtorno por uso de substâncias, fobias e medos.

Dicas para a cura na idade adulta
Os efeitos de uma infância sem amor podem estar profundamente enraizados e gerar adoecimentos graves, mas podem ser curados. Conheça seus medos, dores e crenças disfuncionais:

  • Reveja sua história de infância e dos seus familiares e aprenda o que não quer repetir
  • Pratique o autocuidado e o amor próprio
  • Estabeleça limites nas suas relações
  • Identifique crenças negativas e ressignifique (“Eu não tenho valor” por “Eu sou filha amada de Deus e não estou sozinha nesse processo”)
  • Tenha amigos e relações saudáveis que querem também passar pelo mesmo processo que você
  • aprenda seus gatilhos
  • Tenha uma espiritualidade, confie no processo, seja paciente consigo mesma e aceite que a cura é constante

Busque um profissional para te auxiliar nesse processo e tenha cada dia mais saúde!

Como prevenir pedras nos rins?

As pedras nos rins, ou tecnicamente cálculos renais, são pedras que se formam dentro dos rins e na tentativa de sair deles, podem gerar cólicas e doer. Muito! São mais comuns em homens (a proporção é de a cada 2 homens, 1 mulher tem) e uma notícia pra você que já teve crise se cuidar ainda mais: a 50% dos pacientes que tiveram uma crise, terão outra em 5 a 10 anos se não fizerem nenhum tipo de tratamento.

Por que tive Cálculo Renal?

A formação dos cálculos urinárias tem causa multifatorial e complexa. Os motivos mais comuns são: desordens metabólicas, infecções urinárias, anormalidades anatômicas, pH e volume que você urina e ainda, a dieta.
Os principais fatores de risco conhecidos são:

  • Questões dietéticas (baixa ingestão de líquidos, dieta pobre em cálcio, rica em proteína animal e sódio)
  • História pessoa ou familiar de nefrolitíase;
  • Infecção urinária de repetição;
  • Uso de medicamentos (Aciclovir, Sulfadiazina e indinavir);
  • Hipertensão, diabetes e obesidade;
  • Alterações urinárias por desordens intestinais (como intestino irritável), renais (como acidose tubular);
  • Alterações anatômicas como rins em ferradura e divertículos renais;

Quais sei se é Pedra nos Rins?

Procure seu médico. Ele deve te pedir exames de sangue, urina e imagem (Radiografia ou Ultrassonografia, em alguns casos Tomografia Computadorizada).

O que posso sentir?

Uma cólica de moderada a grande intensidade e urina com sangue, dor abdominal, náusea, alteração na força e velocidade do jato urinário, dor no pênis ou testículo. Dor nas costas dependendo de onde a pedra estiver tentando sair. Febre e prostração em casos mais graves. E pode também não sentir nada, se for uma pedra pequena, usualmente menor de 4mm e o sangue na urina fica microscópico.

Estou com uma Pedra no Rim, o que faço?

Podem existir pedras grandes que nunca incomodem, dependem do formato e onde estão paradas. Pedras pequenas não infectadas e que não obstruam a saída de urina (até 4mm) podem sair sozinhas sem você sentir. Se maiores que 4mm é mais comum sentir algum desconforto quando tentam se deslocar; se este for o seu caso, seu médico vai te dar uma receita e instruções para que você faça até falar com ele ou buscar uma unidade de emergência.

E depois que a Pedra saiu na urina, o que fazer?

Quando ir para o hospital?

A internação no hospital pode ser indicada se:
Vermelhidão afetando grandes áreas do corpo e de aparecimento repentino;
Incapacidade de ingerir medicamentos pela boca ou fazer as medicações venosas em casa;
Sintomas que indicam maior gravidade, como febre, pressão baixa ou confusão mental;
Sinais de necrose, como escurecimento da pele e perda da sensibilidade;
Histórico de outras doenças, como insuficiência cardíaca ou renal, doenças que afetam a imunidade e diabetes, principalmente se descompensadas;
Erisipela que não melhora apesar do tratamento adequado.


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O que é Erisipela?

A erisipela é uma infecção na camada mais superficial da pele causada por bactérias, sendo mais frequente em pessoas acima de 50 anos, doenças de pele, obesidade e/ou diabetes não controlada.

Por que tive Erisipela?

Bactérias que normalmente colonizam o corpo, como Streptcoccus pyogenes, também conhecida como Estreptococo beta-hemolítico do grupo A, estreptococos do grupo B, ou Staphylococcus aureus, por exemplo, podem penetrar na pele ou nas mucosas através de alguma lesão ou ferida principalmente em pernas, rosto ou braços, causando a infecção. São alguns fatores de risco então:
Feridas e escaras na pele de qualquer natureza (Ex:. picada de inseto, mordidas e arranhões, feridas cirúrgicas, úlceras venosas, fístula arteriovenosa);
Doenças de pele (Eczema, Impetigo, Psoríase, fungo nas unhas e pele);
Doenças sistêmicas (Obesidade, Diabetes, Obstrução ou insuficiência linfática, Insuficiência venosa);
Uso de drogas aplicadas diretamente na veia;

Quais são os sintomas?

48 horas antes de aparecerem as lesões na pele, o paciente pode apresentar febre alta, calafrios, mal-estar geral, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Na pele, os sinais mais comuns são:
Pele inchada e brilhante;
Lesões em placas vermelho vivo;
Manchas vermelhas grandes com bordas elevadas e irregulares ou em placas;
Sensação de queimação e Bolhas na região afetada;
Aumento da sensibilidade e temperatura em torno da lesão;
Coceira no local afetado;
Escurecimento da região afetada, nos casos mais graves.
Se a lesão não for tratada rapidamente pode acontecer acúmulo de pus, bolhas e necrose da pele ou infecção generalizada, o que indica gravidade e risco de morte.

A Erisipela é contagiosa?

A erisipela não é contagiosa. Mas, quando não tratada adequadamente, a bactéria pode ser transmitida para outras pessoas através do contato direto com a ferida, ou roupas ou objetos contaminados. Por isso se for auxiliar alguém com erisipela, é prudente utilizar máscara, luvas e óculos para evitar contaminação.

Como é feito o diagnóstico de Erisipela?

O diagnóstico da erisipela é feito em consulta médica, não há exames específicos. Serão avaliados sintomas, antecedentes pessoais e familiares de saúde, infecções, traumas e cirurgias. E ainda, através do exame físico será analisada presença de rachaduras, feridas e outras lesões na pele.
Se há suspeita de infecção generalizada, serão solicitados exames de sangue e imagem para identificar a bactéria, a extensão da doença e como está a resposta global do corpo do paciente.
Em poucos casos pode-se solicitar também biópsia de pele para identificar a bactéria e descartar outras condições com sintomas semelhantes, como artrite séptica, fascíte necrosante, angioedema ou trombose.

Como tratar a Erisipela?

Iniciando rapidamente a avaliação médica e tratamento, pois a forma crônica é mais difícil de tratar. Serão utilizados a depender do paciente, medicações sintomáticas (para dor e febre) e antibiótico via comprimido, injeção ou cremes. Alguns cuidados são imprescindíveis durante o tratamento da erisipela:
Repousar e manter-se bem hidratado, bebendo bastante líquido;
Manter o membro afetado elevado, caso a doença surja nas pernas ou nos braços, o que facilita o retorno venoso e diminui o inchaço;
Tomar os remédios nos horários corretos sem interrupções, exatamente como orientado pelo médico;
Evitar tomar remédios por conta própria, sem indicação médica;
Evitar colocar na região pomadas caseiras ou outras substâncias não indicadas pelo médico, pois podem atrapalhar o tratamento e até piorar a lesão;
Utilizar um hidratante na pele, indicado pelo médico;
Manter a pele limpa e seca, lavando água e sabonete indicado pelo médico, e secando bem com uma toalha limpa e macia;
Usar meias de compressão indicadas pelo médico, após o término do tratamento.
No caso de ter feridas abertas na pele, é importante fazer a limpeza adequada, utilizando uma solução de soro fisiológico à 0,9%, pois ajuda a remover o líquido liberado pela ferida e o tecido morto.

Quando ir para o hospital?

A internação no hospital pode ser indicada se:
Vermelhidão afetando grandes áreas do corpo e de aparecimento repentino;
Incapacidade de ingerir medicamentos pela boca ou fazer as medicações venosas em casa;
Sintomas que indicam maior gravidade, como febre, pressão baixa ou confusão mental;
Sinais de necrose, como escurecimento da pele e perda da sensibilidade;
Histórico de outras doenças, como insuficiência cardíaca ou renal, doenças que afetam a imunidade e diabetes, principalmente se descompensadas;
Erisipela que não melhora apesar do tratamento adequado.

Quais são as complicações?

Algumas complicações podem aparecer:
Formação de abscesso na pele, Tromboflebite, Linfedema, Elefantíase;
Púrpura hemorrágica;
Infecções nos ossos ou articulações; Gangrena;
Pneumonia; Meningite; Infecções em válvulas cardíacas ou generalizada;

Posso precisar de cirurgia?

A cirurgia para erisipela é indicada se há formação de um abscesso, uma cavidade na pele contendo pus. Além disso, a cirurgia também pode ser necessária nos casos em que a erisipela causa necrose da pele para remover os tecidos mortos.

Como prevenir a Erisipela?

A erisipela pode acontecer em qualquer pessoa, no entanto, é mais comum em pessoas com o sistema imune enfraquecido ou com má circulação.
Assim, a melhor forma de evitar o desenvolvimento da doença é tratar corretamente os ferimentos na pele e mantê-los protegidos, para que não possam ser infectados.
É importante perder peso em caso de obesidade e tratar doenças que afetam a pele como micoses em unhas, pés e pele ou causam inchaço dos membros, como insuficiência cardíaca ou venosa.
Em alguns casos, pode se indicar o uso de antibióticos para prevenir novas infecções.


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